domingo, 29 de junho de 2014

FUTEBOL E RELIGIÃO

NOTA DO BLOG: Interessante artigo que relaciona futebol com religião escrito pelo teólogo Leonardo Boff. Nestes dias em que se volta para a prática desse esporte, queremos aqui contribuir para a formação dos nossos paroquianos e daqueles que nos acompanham através do blog e do facebook.
Boa Leitura!

O futebol como religião secular mundial
28/06/2014
        A presente Copa Mundial de Futebol que ora se realiza no Brasil, bem como outros grandes eventos futebolísticos, semelhante ao mercado, assumem características, próprias das religiões. Para milhões de pessoas o futebol, o esporte que possivelmente mais mobiliza no mundo, ocupou o lugar que comumente detinha a religião. Estudiosos da religião, somente para citar dois importantes como Emile Durkheim e Lucien Goldmann, sustentam que “a religião não é um sistema de idéias; é antes um sistema de forças que mobilizam as pessoas até levá-las à mais alta exaltação”(Durckheim).

A fé vem sempre acoplada à religião. Esse mesmo clássico afirma em seu famoso “As formas elementares da vida religiosa: ”A fé é antes de tudo calor, vida, entusiasmo, exaltação de toda a atividade mental, transporte do indivíduo para além de si mesmo”(p.607). E conclui Lucien Goldamnn, sociólogo da religião e marxista pascalino:”crer é apostar que a vida e a história tem sentido; o absurdo existe mas ele não prevalece”.

Ora, se bem reparmos o futebol para muita gente preenche as características religiosas: fé, entusiasmo, calor, exaltação, um campo de força e uma permanente aposta de que seu time vai triunfar.

A espetacularização da abertura dos jogos lembra uma grande celebração religiosa, carregada de reverência, respeito, silêncio, seguido de ruidoso aplauso e gritos de entusiasmo. Ritualizações sofisticadas, com músicas e encenações das várias culturas presentes no país, apresentação de símbolos do futebol (estandartes e bandeiras), especialmente a taça que funciona como um verdadeiro cálice sagrado, um santo Graal buscado por todos. E há, valha o respeito, a bola que funciona como uma espécie de hóstia que é comungada por todos.

No futebol como na religião, tomemos a católica como referência, existem os onze apóstolos (Judas não conta) que são os onze jogadores, enviados para representar o país; os santos referenciais como Pelé, Garrincha, Beckenbauer e outros; existe outrossim um Papa que é o presidente da Fifa, dotado de poderes quase infalíveis. Vem cercado de cardeais que constituem a comissão técnica responsável pelo evento. Seguem os arcebispos e bispos que são os coordenadores nacionais da Copa. Em seguida aparece a casta sacerdotal dos treinadores, estes portadores de especial poder sacramental de colocar, confirmar e tirar jogadores. Depois emergem os diáconos que formam o corpo dos juízes, mestres-teólogos da ortodoxia, vale dizer, das regras do jogo e que fazem o trabalho concreto da condução da partida. Por fim vem os coroinhas, os bandeirinhas que ajudam os diáconos.

O desenrolar de uma partida suscita fenômenos que ocorrem também na religião: gritam-se jaculatórias (bordões), chora-se de comoção, fazem-se rezas, promessas divinas (o Felipe Scolari, treinador brasileiro, cumpriu a promessa de andar a pé uns vinte km até o santuário de Nossa Senhora do Caravaggio em Farroupilha caso vencesse a Copa como de fato venceu), figas e outros símbolos da diversidade religiosa brasileira. Santos fortes, orixás e energias do axé são aí evocadas e invocadas.

Existe até uma Santa Inquisição, o corpo técnico, cuja missão é zelar pela ortodoxia, dirimir conflitos de interpretação e eventualmente processar e punir jodadores, como Luiz Suarez, o uruguaio que mordeu um jogador italiano e até times inteiros.

Como nas religiões e igrejas existem ordens e congregações religiosas, assim há as “torcidas organizadas”. Elas tem seus ritos, seus cânticos e sua ética.

Há famílias inteiras que escolhem morar perto do Clube do time que funciona como uma verdadeira igreja, onde os fiéis se encontram e comungam seus sonhos. Tatuam o corpo com os símbolos do time; a criança nem acaba de nascer que a porta da encubadora já vem ornada com os símbolos do time, quer dizer, recebe já ai o batismo que jamais deve ser traído.

Considero razoável entender a fé como a formulou o grande filósofo e matemático cristão Blaise Pascal, como uma aposta: se aposta que Deus existe tem tudo a ganhar; se de fato não existe, não tem nada a perder. Então é melhor apostar de que exista. O torcedor vive de apostas (cuja expressão maior é a loteria esportiva) de que a sorte beneficiará o time ou de que algo, no último minuto do jogo, tudo pode virar e, por fim, ganhar por mais forte que for o adversário. Como na religião há pessoas referenciais, da mesma forma vale para os craques.

Na religião existe a doença do fanatismo, da intolerância e da violência contra outra expressão religiosa; o mesmo ocorre no futebol: grupos de um time agridem outros do time concorrente. Ônibus são apedrejados. E pode ocorrer verdadeiros crimes, de todos conhecidos, que torcidas organizadas e de fanáticos que podem ferir e até matar adversários de outro time concorrente.

Para muitos, o futebol virou uma cosmovisão, uma forma de entender o mundo e de dar sentido à vida. Alguns são sofredores quando seu time perde e eufóricos quando ganha .

Eu pessoalmente aprecio o futebol por uma simples razão: portador de quatro próteses nos joelhos e nos fêmures, jamais teria condições de fazer aquelas corridas e de levar aqueles trancos e quedas. Fazem o que jamais poderia fazer, sem cair aos pedaços. Há jogadores que são geniais artistas de criatividade e habilidade. Não sem razão, o maior filósofo do século XX, Martin Heidegger, não perdia um jogo importante, pois via, no futebol a concretização de sua filosofia: a contenda entre o Ser e o ente, se enfrentando, se negando, se compondo e constituindo o imprevisível jogo da vida, que todos jogamos.



Leonardo Boff escreveu “Ecologia,mundialização e espiritualidade”, Record 2009.

sábado, 28 de junho de 2014

CRONOGRAMA: PERCURSO DA IMAGEM DE SÃO JOÃO BATISTA

PERCURSO DA IMAGEM DE 

SÃO JOÃO BATISTA 

PADROEIRO DA DIOCESE DE CARATINGA- DE 24/06/2014 A 28/06/2015                           PAROQUIA SÃO MANOEL           

DATA/HORARIO
ATIVIDADE
SETOR
COMUNIDADE
RESPONSAVEL
24/06/2014
14:00
Buscar a imagem de São João Batista em Caratinga
           -
        -
Pe: Marcelino e CPP
25/06/2014
19:00
Missa
Matriz
N. S. Aparecida
CPC
29/06/2014
19:00
Missa
Matriz
São Manoel
CPC
04/07/2014
19:00
Missa
Matriz
N. S. Eucaristia
CPC
10/07/2104
19:00
Missa
Matriz
São Vicente
CPC
15/07/2014
19:00
Missa
Matriz
Frei Galvão
CPC
19/07/201
19:00
Missa
Matriz
São Sebastião
CPC
25/07/2014

Missa em Lajinha de Mutum juntamente com a com. São Sebastião e dirigentes do Curso Bíblico
Lajinha de Mutum
Lajinha de Mutum
CPC da Com. São Sebastião, Marília e Kaká
25/07/2014 a 24/08/2014

Lajinha de Mutum
Lajinha de Mutum
CPC
24/08/2014 a 14/09/2014
Missa
Córrego Seco
Córrego Seco
CPC
14/09/2014 a 12/10/2014
Missa
B. Ponte Alta
B. Ponte Alta
CPC
12/10/2014 a 16/11/2014
Missa
Venda Azul
Venda Azul
CPC
16/11/2014 a 14/12/2014
Missa
São Judas Tadeu
São Judas Tadeu
CPC
14/12/2014 a 04/01/2015
Missa
São Roque
São Roque
CPC
04/01/2015 a 22/02/2015
Missa
N. S. das Graças
N. S. das Graças
CPC
22/02/2015 a 22/03/2015
Missa
Imbiruçu
Imbiruçu
CPC
22/03/2015 a 12/04/2015
Missa
Humaitá

Humaitá
CPC
12/04/2015 a 17/05/2015
Missa
Roseiral
Roseiral
CPC
17/05/2015 a
14/06/2015
Missa
Encoberta
Encoberta
CPC
20/06/2015
Trazer a imagem para a Matriz na festa de São Manoel



28/06/2015
Missa em Caratinga
        -
       -
Pe: Marcelino e CPP

Observações: Cada Setor faz seucronogramado percurso da imagem nas comunidades do setor.Os dias em que a imagem ficar na comunidade deverá ser feito alguma atividade valorizando este momento da permanência da imagem. Sugestão: momento de oração, celebração, procissão com a imagem.

          A comunidade levará a imagem para a próxima comunidade que ficará com ela.

POR: Silvana Lucas, agente da Pascom