terça-feira, 30 de abril de 2013

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A JUVENTUDE


Políticas Públicas para a Juventude
 (OLHARES DA JUVENTUDE - 02)

O ano de 2013 está marcado por manifestações com temas relacionados à juventude. O fato ocorre devido alguns segmentos da sociedade, entre estes, podemos destacar a igreja católica, que traz na sua Campanha da Fraternidade o tema juventude. Somando-se a isto, este ano, ocorrerá no Rio de Janeiro a Jornada Mundial da Juventude, onde jovens do mundo todo estarão reunidos.
Diante desses acontecimentos surgem às oportunidades de debates de temas relacionados à juventude. Momento propício para avaliação e ao mesmo tempo oportunidades para apontar caminhos onde a juventude pode avançar.
Reconhecemos que a juventude está fragilizada, passa por um momento da história em que não será tão lembrada pela ação de transformação social. Quando se fala de participação e mobilização a juventude está desmotivada, sem identidade.

Não significa que devemos apontar a juventude como culpada pelo fato. Isso ocorre pela falta de espaços oferecidos pela sociedade atual. Os principais segmentos representativos no Brasil sejam políticos, sociais e religiosos, estão cada vez mais conservadores. Muitos deste com opiniões formadas não abrindo espaço para a inclusão do pensamento jovem.
Oposto a isto, temos inúmeros ambientes negativos favoráveis e convidativos à presença da juventude, entre este podemos destacar as drogas seja licitas e ilícitas, o crime, o tráfico e a mídia, em especial a internet que é um caminho complexo e propício para a ilegalidade.
Ao trabalhar temas relacionados à juventude, devemos olhar para os jovens, incluí-lo no debate. As ideias devem partir da juventude. Este é outro desafio, tendo em vista, que, até o momento muitos temas sobre jovem não incluem a opinião do jovem. São temas impostos, não retratam os valores e os anseios juvenis.
Falar da juventude é lembrar de mais de 50 milhões de brasileiros e brasileiras que a todo momento é bombardeado pelo consumismo, pelo individualismo, pela mídia e pelo modelo econômico atual. É reconhecer neles o presente de uma realidade que indica como será o futuro.
Falar de juventude é falar de políticas públicas. Mesmo representando mais de 25% da população, a juventude ainda não avançou no quesito políticas específicas e claras. Essas políticas têm como finalidade definir estratégias de participação do poder público em ações pontuais que atinja claramente à juventude, garantindo a estes, serviços sociais com igualdade de direito.
Quando se fala em participação a juventude ainda está atrás dos demais segmentos representativos como assistência social, educação, saúde, meio ambiente entre outros. É momento da juventude aprofundar seus conhecimentos nos espaços participativos garantidos por lei.
Entre os espaços que a juventude deve reivindicar, está a participação em conselhos de juventude. Os conselhos são órgãos importantíssimos, neles se constroem as políticas públicas específicas para a juventude. São espaços democráticos, onde diversos segmentos da sociedade civil – neste caso, representado pelos jovens – debatem, juntamente com o poder público, as melhores estratégias para o enfrentamento das necessidades básicas daqueles que são usuários da política.
Também é função dos conselhos atuarem como fiscalizadores dos recursos públicos. Essa presença efetiva torna os recursos públicos mais transparentes. Por outro lado, a probabilidade de acertos dos investimentos são maiores, tendo em vista que as decisões são tomadas de forma coletiva, levando em consideração agentes – no caso os jovens – que estão lidando diretamente e diariamente com os problemas enfrentados pelos jovens. 
Portanto é momento dos jovens fortalecer os conselhos da juventude, ingressar nestes espaços tendo como meta criar políticas publicas que garanta aos jovens uma educação de qualidade, o ingresso de todas as camadas sociais em universidades públicas, que o poder público tenha políticas clara para o primeiro emprego, que dê aos jovens do campo a mesma oportunidade que os jovens urbanos, que tenha acesso à saúde de qualidade e gratuita e que crie mecanismos mais diretos no combate às drogas seja licita ou ilícita.
Este é um momento impar para a juventude avançar na garantia de direito sociais. Portanto, cabe aos jovens conhecer como funciona o conselho da juventude no seu município, caso ainda não funcione, reivindique do poder público o seu funcionamento. É direito do jovem. É momento da juventude se organizar, mostrar que podem fazer a diferença.

Júlio César de Oliveira Brum
Conselheiro Estadual de Assistência Social
Especialista em Democracia Participativa, República e Movimentos Sociais – UFMG
  

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