Políticas Públicas para a
Juventude
(OLHARES DA JUVENTUDE - 02)
O
ano de 2013 está marcado por manifestações com temas relacionados à juventude.
O fato ocorre devido alguns segmentos da sociedade, entre estes, podemos
destacar a igreja católica, que traz na sua Campanha da Fraternidade o tema
juventude. Somando-se a isto, este ano, ocorrerá no Rio de Janeiro a Jornada
Mundial da Juventude, onde jovens do mundo todo estarão reunidos.
Diante
desses acontecimentos surgem às oportunidades de debates de temas relacionados
à juventude. Momento propício para avaliação e ao mesmo tempo oportunidades
para apontar caminhos onde a juventude pode avançar.
Reconhecemos
que a juventude está fragilizada, passa por um momento da história em que não
será tão lembrada pela ação de transformação social. Quando se fala de participação
e mobilização a juventude está desmotivada, sem identidade.
Não
significa que devemos apontar a juventude como culpada pelo fato. Isso ocorre
pela falta de espaços oferecidos pela sociedade atual. Os principais segmentos representativos
no Brasil sejam políticos, sociais e religiosos, estão cada vez mais
conservadores. Muitos deste com opiniões formadas não abrindo espaço para a
inclusão do pensamento jovem.
Oposto
a isto, temos inúmeros ambientes negativos favoráveis e convidativos à presença
da juventude, entre este podemos destacar as drogas seja licitas e ilícitas, o
crime, o tráfico e a mídia, em especial a internet que é um caminho complexo e
propício para a ilegalidade.
Ao
trabalhar temas relacionados à juventude, devemos olhar para os jovens,
incluí-lo no debate. As ideias devem partir da juventude. Este é outro desafio,
tendo em vista, que, até o momento muitos temas sobre jovem não incluem a
opinião do jovem. São temas impostos, não retratam os valores e os anseios
juvenis.
Falar
da juventude é lembrar de mais de 50 milhões de brasileiros e brasileiras que a
todo momento é bombardeado pelo consumismo, pelo individualismo, pela mídia e
pelo modelo econômico atual. É reconhecer neles o presente de uma realidade que
indica como será o futuro.
Falar
de juventude é falar de políticas públicas. Mesmo representando mais de 25% da
população, a juventude ainda não avançou no quesito políticas específicas e
claras. Essas políticas têm como finalidade definir estratégias de participação
do poder público em ações pontuais que atinja claramente à juventude,
garantindo a estes, serviços sociais com igualdade de direito.
Quando
se fala em participação a juventude ainda está atrás dos demais segmentos
representativos como assistência social, educação, saúde, meio ambiente entre
outros. É momento da juventude aprofundar seus conhecimentos nos espaços
participativos garantidos por lei.
Entre
os espaços que a juventude deve reivindicar, está a participação em conselhos
de juventude. Os conselhos são órgãos importantíssimos, neles se constroem as
políticas públicas específicas para a juventude. São espaços democráticos, onde
diversos segmentos da sociedade civil – neste caso, representado pelos jovens –
debatem, juntamente com o poder público, as melhores estratégias para o
enfrentamento das necessidades básicas daqueles que são usuários da política.
Também
é função dos conselhos atuarem como fiscalizadores dos recursos públicos. Essa
presença efetiva torna os recursos públicos mais transparentes. Por outro lado,
a probabilidade de acertos dos investimentos são maiores, tendo em vista que as
decisões são tomadas de forma coletiva, levando em consideração agentes – no
caso os jovens – que estão lidando diretamente e diariamente com os problemas
enfrentados pelos jovens.
Portanto
é momento dos jovens fortalecer os conselhos da juventude, ingressar nestes
espaços tendo como meta criar políticas publicas que garanta aos jovens uma
educação de qualidade, o ingresso de todas as camadas sociais em universidades
públicas, que o poder público tenha políticas clara para o primeiro emprego,
que dê aos jovens do campo a mesma oportunidade que os jovens urbanos, que
tenha acesso à saúde de qualidade e gratuita e que crie mecanismos mais diretos
no combate às drogas seja licita ou ilícita.
Este
é um momento impar para a juventude avançar na garantia de direito sociais.
Portanto, cabe aos jovens conhecer como funciona o conselho da juventude no seu
município, caso ainda não funcione, reivindique do poder público o seu
funcionamento. É direito do jovem. É momento da juventude se organizar, mostrar
que podem fazer a diferença.
Júlio
César de Oliveira Brum
Conselheiro
Estadual de Assistência Social
Especialista em
Democracia Participativa, República e Movimentos Sociais – UFMG
Nenhum comentário:
Postar um comentário