domingo, 30 de agosto de 2015

RECORTES CATEQUÉTICOS III: DONA HÉLIA DE SÃO SEBASTIÃO





Dona Hélia, como era conhecida na comunidade de São Sebastião, foi uma daquelas catequistas de nossa paróquia que jamais podemos nos esquecer. Seria difícil saber quantas crianças e adolescentes foram catequizados por ela. Entrava ano e saia ano e lá estava ela com seus livrinhos, com sua Bíblia, com sua “bravura”, mas sobretudo, com sua missão.
Lembramos de quando ela, preocupada com o destino dos adolescentes depois que recebessem o sacramento da Eucarístia (Primeira Comunhão), criou o grupo SACRI (Somos Adolescentes em Cristo), até que esses viessem a fazer parte do grupo de jovens ESCALADA.

Dona Hélia nasceu em 09.11.1934 e veio a falecer em 24.07.2012. Quanto tempo dedicado à Igreja e sobretudo à catequese.

Começou sendo catequista na Matriz, mas nos anos 70, com a construção da Capela da Comunidade de São Sebastião, além de ajudar fervorosamente na construção, o cafezinho para os pedreiros e serventes não faltava, abraçou a catequese na comunidade, transmitindo os valores evangélicos para várias crianças e adolescentes do Cantinho do Céu.

À Dona Hélia, nossas homenagens nesse Dia do Catequista.


leia também: RECORTES CATEQUETICOS I

                            RECORTES CATEQUETICOS II

A SÉRIE RECORTES CATEQUÉTICOS poderá prosseguir, para tanto, precisamos da colaboração da Pastoral Bíblico Catequética e das comunidades para resgatarmos a história da catequese e registrar os momentos atuais.
E-mail: paroquiademutum@gmail.com
AGRADECIMENTO: A Vanderlei Siqueira Pinto pelas fotos.

RECORTES CATEQUÉTICOS II: UM MINISTÉRIO




NOTA DO BLOG: Estamos postando o segundo texto do nosso RECORTES CATEQUÉTICOS. Lucia Helena Alves Lopes, catequista da comunidade São Sebastião, e já havia dado grande contribuição na comunidade de Nossa Senhora Aparecida.
Responder a indagação “O QUE É SER CATEQUISTA” sempre nos remete a questão vocacional. Então ser leigo consagrado, sacerdote, pai e ser catequista é dar uma resposta a Deus sobre o chamado. A messe é pouca e pouco ainda são os catequistas em ação.
Ser catequista é ser chamado! Catequistas são pessoas chamadas por Deus e enviadas pela comunidade, que vai educar na fé aqueles que desejam seguir os passos de Jesus na comunidade.
Por esse motivo, devem ser imagem viva de Jesus no meio do povo. Ser catequista em nossos dias, onde as atividades para o sustento da família exigem muita dedicação e esforço de todos, dedicar tempo para um trabalho voluntário é uma questão que desafia as pessoas. Em nossas comunidades, muitas vezes nos deparamos com aqueles que dizem que gostariam de se dedicar aos trabalhos pastorais, mas lhes falta tempo, pois o trabalho lhes consome todo o tempo disponível.



A Catequese é um ministério e ser catequista é ser ministro e ministra da Palavra. Não basta querer ser catequista, mas é preciso ter vocação, um chamado que não parte da vontade pessoal, mas é a vontade de Deus, de Jesus que toca o coração e faz arder nele a chama da vocação que move montanhas e abre caminhos. E é essa chama que transforma a vida das pessoas. A comunidade reconhece essa luz, por isso a envia como sua representante para educar seus membros. Ser catequista acima de tudo é amar a Deus no irmão ou irmã...

Leia também: RECORTES CATEQUÉTICOS I

sábado, 29 de agosto de 2015

RECORTES CATEQUÉTICOS I: MISTÉRIO SAGRADO

DA SÉRIE: RECORTES CATEQUÉTICOS
NOTA DO BLOG: Publicaremos nesse fim de semana, em homenagem a todos os nossos catequistas, um série de postagem denominada RECORTES CATEQUÉTICOS. Iniciamos com um texto de Irley Maria Pinto Anacleto, da comunidade de São Sebastião que aceitou responder ao desafio SER CATEQUISTA...


Ser catequista...
Ser catequista é Mistério Sagrado. Sua missão é instruir na fé. É também se colocar a serviço do Reino e fazer com que a palavra ecoe e ressoe por todos os cantos. É semear a Palavra através de gestos, atitudes e testemunhos.
É levar os catequizandos, crianças e adolescentes, jovens e adultos, a conhecer Jesus e apaixonar-se pela causa do Reino. E levá-los a descobrir e vislumbrar as maravilhas criadas por Deus.
Ser catequista é ser Profeta, enxergar além e apontar com segurança e ousadia o caminho que nos leva ao Pai, a exemplo do Profeta Moisés que não desistiu e enfrentou os problemas. E é por isso que vale a pena continuar nesse trabalho de evangelização, mesmo com as dificuldades que encontramos.
Catequizar é plantar a semente para que os outros colham os frutos!
Parabéns catequistas, sua dedicação enobrece o Reino de Deus.



(Irley Maria Pinto Anacleto, Comunidade São Sebastião)

domingo, 23 de agosto de 2015

RELATOS VOCACIONAIS: Ir. LAUDICÉIA OLIVEIRA

RELATOS VOCACIONAIS de hoje compartilha a experiência religiosa da Irmã Laudicéia Maria de Oliveira, da comunidade de Bom Conselho e hoje está no Instituto das Filhas de Imaculada Conceição.
Seu breve relato soma-se aos demais e deixa registrado em nosso blog o dinamismo na messe do Senhor. Boa leitura.


Sou da comunidade do Bom Conselho, setor de Imbiruçu, no momento estou morando na cidade de Rio bananal no Espírito Santo, sou da Congregação das irmãs Filhas de Maria Imaculada, estou no quinto ano de Juniorato, trabalho nas Obras Pontifícias da Infância Missionária, catequese e um grupo de Jovem estruturado pela congregação com o nome de Amigos de Maria Imaculada.

O meu Chamado foi um sentimento de fazer algo diferente para o Reino de Deus, vivenciando a radicalidade da vida Consagrada.

Os principais desafios, é o dinamismo da Vida Religiosa. O desprendimentos de Pessoas e de nós mesmos e as renúncias do cotidiano.

Os benefícios espirituais para alguém que responde ao chamado de Deus, é a alegria e a paz interior, pois vivenciamos uma vida disciplinada em nosso relacionamento com Jesus.
Ir, Laudiceia com sua família


O conselho que deixo para os jovens que estão em processo de discernimento é que não tenha medo de fazer a experiência da vida religiosa, pois só temos certeza da nossa vocação quando vivenciamos, dificuldades encontrarás e muita.
Mas Deus dá a graça para enfrentá-las. Responder ao chamado de Deus é uma alegria tremenda, cheia de importâncias e frutos.


sábado, 22 de agosto de 2015

ENCONTRO NACIONAL DAS PASTORAIS SOCIAIS

NOTA DO BLOG: A fé se concretiza em obras em favor do próximo, e sobretudo dos menos favorecidos. O raciocínio aqui é muito simples: se Deus é Pai de todos, sem exceção, então Deus, pai de bondade, chama os filhos melhor favorecido para ajudar os menos favorecidos.
Por isso a Igreja não pode abrir mão das Pastorais Sociais. E lembrar que uma ação social verdadeiramente pastoral, vai além do mero assistencialismo.
O encontro das Pastorais Sociais vem no lembrar da missão de construirmos comunidades proféticas e “poéticas” na prática.


Comissão divulga mensagem sobre o Encontro das Pastorais Sociais e Organismos

SEXTA, 21 AGOSTO 2015 19:32
A Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz divulga mensagem do Encontro Nacional, que reuniu, de 18 a 20 de agosto, em Brasília, coordenadores das Pastorais Sociais e Organismos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).  Em consonância com a encíclica do papa Francisco, Laudato Si’, o evento abordou o tema: “Cuidado da casa do ser humano e cuidado com o ser humano, especialmente os mais pobres”.  A mensagem é assinada pelo bispo de Ipameri (GO) e presidente da Comissão, dom Guilherme Werlang. Confira o texto, na íntegra: 
  Mensagem do Encontro Nacional da Comissão Episcopal Pastoral para o serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB
 “...sabendo que a tribulação gera a constância,
a constância leva a uma virtude provada e a virtude provada desabrocha em esperança.
E a esperança não decepciona...” (Rom 5, 3b-5a)

 Os participantes do Encontro da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB, reunidos para avaliar o quadriênio e planejar o próximo, iluminados pela sabedoria da última Encíclica do papa Francisco, a Laudato Sí, sobre o cuidado com a “Casa Comum”, queremos ser portadores de uma palavra de esperança ao povo brasileiro, neste momento conturbado que o país está vivendo.
Diante do risco de regressão aos direitos sociais no país, principalmente pelas propostas que estão em tramitação no Congresso Nacional, nos manifestamos com esperança frente às crises que vivemos. É uma crise ética, política e econômica contra as populações e os setores sociais mais fragilizados, atingindo pessoas individualmente e o conjunto da sociedade brasileira.
Para nós cristãos, nos capacita sempre crer que, embora tudo pareça difícil, há saídas.  Enfrentamos crises, sofrimentos, desilusões, cruzes que por vezes nos fazem dizer ou sentir que chegamos ao fim da linha e que não há mais solução. Temos a certeza de que dentro de cada um de nós existe uma luz que nos impulsiona a recomeçar. Vamos sair do comodismo, do desânimo. Não podemos ficar apenas como expectadores ou críticos descomprometidos. Sejamos protagonistas construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária, sinal do Reino de Deus.
Nas últimas três décadas a Igreja Católica enfrentou grandes dificuldades. Muitos estavam sem perspectivas. Eis que com o papa Francisco surge uma nova luz, não somente para Igreja, mas, para o mundo. Estamos nos enchendo de esperança.
Acreditamos que podemos superar esse momento histórico. Todavia, nada acontece na história humana por “geração espontânea”. Temos que nos tornar protagonistas da cidadania de um novo Brasil. Entrar em ação. Enfrentar as velhas e novas corrupções, sem ódio, sem violências, sem injustiças, sem retrocessos na democracia, sem golpismos.
A pátria brasileira somos todos nós. Ninguém vai salvá-la sozinho. Por isso convocamos as organizações populares e movimentos sociais ao diálogo permanente, buscando construir as bases do “Brasil que queremos”, expressos nos documentos das Semanas Sociais Brasileiras e que culminaram nas duas Assembleias Populares que realizamos há mais de uma década. Temos história e trajetória construídas. Vamos resistir e denunciar todas as tentativas de “acordos” que possam significar regressão nos direitos sociais da classe trabalhadora e nas conquistas históricas das três últimas décadas: redemocratização, estabilização econômica, redução da desigualdade social, geração de emprego e renda, acesso ao direito à moradia.
Como aprendemos da Encíclica do Papa Francisco: Laudato Sí, não há saída para salvar o planeta, que não passe pela superação da injustiça social. A tarefa é árdua, mas preciosa. Estamos dispostos a construí-la e convidamos a todos que queiram somar para caminharmos juntos.
Com a esperança renovada, nosso abraço fraterno.
Brasília (DF), 20 de agosto de 2015.




terça-feira, 18 de agosto de 2015

RELATOS VOCACIONAIS: REGINALDO FERNANDES

NOTA DO BLOG: A segunda postagem da série RELATOS VOCACIONAIS traz hoje o testemunho de Reginaldo Fernandes, mais um chamado a ser pescador de homens, e no caso desse é colega nosso de profissão, foi chamado para ensinar os homens a somar suas forças, diminuir o egoísmo, a multiplicar o pão e a dividir o que tem com os que não tem. Chamado a evangelizar.

Reginaldo Fernandes compartilha conosco as suas perspectivas de seminarista na Diocese de Caratinga.

“Eu vivo, mas já não sou eu que vivo, pois é Cristo que vive em mim.” Gl 2, 20 a

No início da minha caminha seminarística foi solicitado pelo meu Diretor Espiritual, Pe. Ademilson Tadeu Quirino que escolhesse uma frase como lema vocacional. Escolhi o versículo acima por entender que ele marca a vida de um cristão autêntico. Meu nome é Reginaldo Fernandes, tenho 27 anos. Sou filho de Antônio Fernandes Sobrinho e Arlinda Rosa Sobrinho, e como meus pais sou natural de São Francisco de Humaitá, onde residi até a minha entrada para o seminário. Tenho a alegria e satisfação de pertencer a esta Paróquia de São Manoel de Mutum. Estou cursando o Ano Propedêutico no Seminário Propedêutico São José em Ubaporanga-MG, ano que antecede a formação em Filosofia e Teologia no Seminário Diocesano Nossa Senhora do Rosário em Caratinga-MG. Desde muito cedo iniciei minha vida religiosa na Comunidade São Francisco de Assis (Humaitá), sempre conduzido por minha mãe. Comunidade em que fui batizado aos sete anos pelo Pe. Isaias Junior de Andrade e recebi os demais sacramentos. Sempre fui muito ligado às coisas de Deus e dediquei com muito amor alguns anos como catequista e integrante da Pastoral da Juventude no grupo de jovens Proser. E com o passar do tempo senti a voz de Deus me chamando para a vida sacerdotal inspirado pelo testemunho de vida de alguns padres muito queridos como Pe. Demerval Alves Botelho e Pe. Moacir Ramos Nogueira (meus conterrâneos mais ilustres). No início de 2014 quando decidi responder o chamado de Deus busquei orientação espiritual em nosso atual Pároco, Pe. Marcelino, que me acolheu com muito carinho e me encaminhou para os encontros vocacionais no decorrer do ano. 

Os encontros aconteceram no seminário onde estou atualmente. A presença e o apoio do Pe. Luciano, nosso Vigário, também foi muito importante, pois dispôs de seu preciosíssimo tempo me levando para os encontros. Fui acolhido no seminário pelo nosso Reitor, Pe. Joaquim Rocha de Calais, no dia 1° de Fevereiro de 2015 dando início à minha caminhada. Estou muito satisfeito com a opção que fiz. A vida no seminário me proporcionou um amadurecimento na fé ímpar. Nossa rotina é agraciada com três pilares essenciais para um candidato ao sacerdócio: estudo, oração e trabalho. O estudo para abrir a nossa mente para novos horizontes de conhecimentos onde aprendemos a ver o mundo com mais criticidade. A oração diária que sustenta a nossa fé e nos fortalece em nosso discernimento vocacional. E o trabalho que nos ensina a assumir desde já os nossos compromissos com a vinha do Senhor. A vocação sacerdotal não nasce de uma hora para outra. Ela deve ser cultiva nos corações dos nossos jovens, por isso é muito importante a participação das famílias e dos nossos sacerdotes nesse processo de amadurecimento vocacional. Àqueles que sentem uma fagulha do chamado à vida sacerdotal aconselho que procurem um sacerdote para conversar sobre tal, pois ele poderá ajudar muito no processo de discernimento. E, sobretudo, não tenham medo, pois muitas vezes somos tomados por dúvidas, mas com o devido acompanhamento essas dúvidas vão desaparecendo. Jovem, coragem não foi você que escolheu Deus, mas foi Deus que te escolheu.

sábado, 8 de agosto de 2015

RELATOS VOCACIONAIS: THÉOFILO DE PAULA

NOTA DO BLOG: Começamos essa série sobre vocação, denominada Relatos Vocacionais, com Theófilo de Paula, que apesar de não ser mutuense, não ter frequentado comunidades de nossa paróquia, concluiuensino médio na Escola Estadual Dionysio Costa e pode conviver no com nossa paróquia.
Tendo oportunidade, estaremos compartilhando outras experiências vocacionais em nosso blog, seja de seminaristas como Theófilo de Paula, leigos e leigas e padres.
Veja o que Theófilo tem a nos dizer.

“Seduziste-me Senhor e eu me deixei seduzir!” Jr 20,7

Com estas palavras gostaria de falar um pouco sobre minha vida vocacional. Meu nome é Theófilo de Paula, tenho 20 anos e atualmente estou cursando o segundo ano de filosofia no Seminário São José, em Mariana, pela diocese de Governador Valadares. Sou Filho da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Aimorés, mas especificamente de uma comunidade do interior chamada Bom Jesus do Paiol. Meu Pai é aimoreense e mãe é mutuense, natural do povoado de Lajinha de Mutum. Juntos me educaram e me ensinaram os valores da fé católica.
Desde muito cedo, minha infância foi dedicada à catequese, na pequena capela do Senhor Bom Jesus, em Paiol, interior de Aimorés. Nesta capela recebi meus sacramentos e fiz minhas primeiras experiências profundas de fé. Meu chamado deu-se muito cedo, aos doze anos de idade, quando atuava nesta capela. Ele se intensificou, ficando mais forte, quando recebi o sacramento da Crisma. Foi nesse período que comecei a escrever minhas primeiras cartas aos Padres da Congregação do Divino Espírito Santo. Através destas cartas comecei um processo de discernimento vocacional a partir de minhas orações e no silencio do meu coração. No ano de 2009 conheci o reitor do seminário da diocese de Valadares que me levou para os encontros vocacionais da diocese. Durante três anos me dediquei a participação dos encontros, que serviram de caminho para escutar a voz do Senhor que falava no meu peito.
Após a caminhada vocacional nos encontros, ingressei no Seminário Diocesano Nossa Senhora Auxiliadora no ano de 2013. Após vivenciar a primeira etapa chamada Propedêutico, fui para Mariana cursar as etapas da filosofia e teologia. Estar seminarista é uma experiência marcante na vida, pois é um tempo em que me preparo para viver aquele propósito que o Senhor convidou: ser um padre santo a serviço do povo de Deus. Cada minuto é sempre um novo aprendizado. Vale realmente à pena!

Gosto de dizer e tenho isso comigo: Deus nos convida, Ele nunca nos abandona. Hoje, uma das maiores riquezas da minha vida é gastar minha juventude na messe do Senhor.  Durante este mês vocacional rezo ao Pai da messe que chame operários e que os jovens não tenham medo de seguir a Cristo, Bom Pastor. Ele é o porto seguro. Segui-lo é uma experiência única e inexplicável! Se você sente em seu peito uma inquietude vocacional, não tenha medo, busque compreender o que te inquieta. Talvez seja Deus te convidado para fazer parte da sua obra.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

A VIDA SIMPLES DE CURA D'ARS

NOTA DO BLOG: O hoje, 4 de agosto, é dia de São João Maria Vianney, o cura de Ars, França.
Padroeiro dos padres, a história desse humilde sacerdote encanta aqueles e aquelas que entendem a ação do Espírito Santo na vida das pessoas que, independente das suas limitações pessoais, estão dispostos a construir o Reino de Deus.
Compartilhamos uma das várias biografias de Santo que serve de inspiração para nossos padres.
FONTE: CATOLICISMO

São João Maria Vianney
O Santo Cura d´Ars
Pouco dotado intelectualmente, atingiu esse santo vigário alto grau de santidade. Seu êxito foi tão grande, que atraiu multidões de todas as partes da França e de vários países europeus
· Plinio Maria Solimeo

Sua instrução foi precária, pois passou a infância em pleno Terror da Revolução Francesa, com os sacerdotes perseguidos e as escolas fechadas. João Maria tinha 13 anos quando recebeu a Primeira Comunhão das mãos de um sacerdote “refratário” (que não tinha jurado a ímpia Constituição do Clero), durante o segundo Terror, em 1799.(1)
O futuro Cura d’Ars nasceu na pequena localidade de Dardilly, perto de Lyon, na França, no dia 8 de maio de 1786, de família de agricultores piedosos. Foi consagrado a Nossa Senhora no próprio dia do nascimento, data em que foi também batizado.
Com a subida de Napoleão e a Concordata com a Santa Sé, foi possível a João Maria iniciar seus estudos eclesiásticos aos 20 anos, terminando-os aos 29, depois de mil e uma contrariedades.
É impossível, nos limites de um artigo, abranger toda a vida apostólica do Cura d’Ars. Por isso limitar-me-ei a abordar um aspecto dela, que foi como transformou a pequena localidade de Ars de modo a tornar-se ponto de admiração de toda a França.
Ars ao tempo da chegada do santo
Quando o jovem sacerdote chegou a Ars, esta era um pequeno aglomerado de casas, contando apenas 250 habitantes, quase todos agricultores. Como a maior parte das localidades rurais da França, sacudidas durante 10 anos pelos vendavais da Revolução Francesa, encontrava-se em plena decadência religiosa. Vivia-se um paganismo prático formado de negligência, indiferentismo e esquecimento das práticas religiosas.
A cidadezinha de Ars assemelhava-se às paróquias vizinhas, não sendo nem melhor nem pior que elas. Havia nela um certo fundo religioso, mas com muito pouca piedade.
Como transformá-la num modelo de vida católica, ambição de São João Batista Vianney?
Santificando-se para santificar os outros
Primeiro, pela oração e pelos sacrifícios do vigário por suas ovelhas. Já no dia de sua chegada, o Padre Vianney deu o colchão a um pobre e deitou-se sobre uns sarmentos junto à parede, com um pedaço de madeira como travesseiro. Como a parede e o chão eram úmidos, contraiu de imediato uma nevralgia, que durou 15 anos. Seu jejum era permanente, habitualmente passando três dias sem comer; e quando o fazia, alimentava-se somente de batatas cozidas no início da semana e já emboloradas. Mas ele sobretudo passava horas e horas ajoelhado diante do Santíssimo Sacramento, implorando a conversão de seus paroquianos.
Uma de suas primeiras medidas práticas foi reformar a igreja que, por respeito ao Santíssimo Sacramento, desejava que fosse a melhor possível.
“Esforcemo-nos para ir para o Céu”

Paulatinamente os esforços do santo foram sendo coroados de êxito, de maneira que os jovens de Ars chegaram a ser os mais bem instruídos da comarca.
Outra de suas solicitudes foi para com a juventude. Atraía todos para o catecismo. Exigia que este fosse aprendido de cor, palavra por palavra, e só admitia à Primeira Comunhão quem estivesse assim devidamente preparado. Instava com os meninos e adolescentes para que cada um levasse sempre consigo o Rosário, e tinha no bolso alguns extras para aqueles que houvessem perdido o seu.
Nas missas dominicais, pregava sobre os deveres de cada um para consigo, para com o próximo e para com Deus. Falava constantemente do inferno e do que precisamos fazer para evitá-lo: “Ó, meus queridos paroquianos, esforcemo-nos para ir para o Céu. Lá havemos de ver a Deus. Como seremos felizes! Que desgraça se algum de vós se perder eternamente!”
Ele exigia a devida compostura e atitude própria a bons católicos na igreja, por respeito à Presença Real de Nosso Senhor Jesus Cristo no Santíssimo Sacramento.
“Arruinados todos aqueles que abrirem tabernas”
A guerra que moveu contra as tabernas também foi bem sucedida. Aos que a elas iam, em vez de comparecer à missa no domingo, dizia: “Pobre gente, como sois infelizes. Segui vosso caminho rotineiro; segui-o, que o inferno vos espera”. Ameaçava-os de não só perderem os bens eternos, mas também os terrenos.
Aos poucos, por falta de fregueses, as tabernas foram se fechando. Outros tentaram abri-las, mas eram obrigados a cerrá-las. A maldição de um
santo pesava sobre eles: “Vós vereis arruinados todos aqueles que aqui abrirem tabernas”, disse no púlpito. E assim foi. Quando elas se fecharam, o número de indigentes diminuiu, pois suprimiu-se a causa principal da miséria, que era moral.
Luta contra blasfêmias e trabalho aos domingos

A guerra do santo cura contra as blasfêmias, juramentos, imprecações e expressões grosseiras foi sem quartel; e tão bem sucedida, que desapareceram de Ars. Em vez delas passou-se a ouvir entre os camponeses expressões como Deus seja bendito! Como Deus é bom! Em vez das cançõezinhas chulas da época, hinos e cânticos religiosos.
“Blasfêmias e trabalhos nos domingos, bailes, cabarés, serões nas vivendas e conversas obscenas, englobava tudo numa comum maldição”. Por anos a fio pregou contra isso, exortando no confessionário, no púlpito e nas visitas que fazia às famílias. Dizia: “Se um pastor quiser se salvar, precisa, quando encontrar alguma desordem na paróquia, saber calcar aos pés o respeito humano, o temor de ser desprezado e o ódio dos paroquianos [e denunciar o mal]”.
A luta contra o trabalho nos domingos foi também tenaz e durou quase oito anos. “A primeira vez que do púlpito abordou o tema, fê-lo com tantas lágrimas, tais acentos de indignação, com tal comoção de todo o seu ser que, passado meio século, os velhos que o ouviram ainda se lembravam com emoção. [...] Vós trabalhais, dizia ele, mas o que ganhais é a ruína para a vossa alma e para o vosso corpo. Se perguntássemos aos que trabalham nos domingos 'que acabais de fazer?’, bem poderiam responder: ‘Acabamos de vender a nossa alma ao demônio e de crucificar Nosso Senhor. Estamos no caminho do inferno’”. Depois de muita insistência, em Ars o domingo tornou-se verdadeiramente o Dia do Senhor.
Combate aos bailes durante 25 anos
Ars era o lugar predileto dos jovens dançarinos das vizinhanças. Tudo era pretexto para um baile. Para acabar com eles, o Santo Cura d’Ars levou 25 anos de combate renhido.
Explicava que não basta evitar o pecado, mas deve-se fugir também das ocasiões. Por isso, abrangia no mesmo anátema o pecado e a ocasião de pecado. Atacava assim ao mesmo tempo a dança e a paixão impura por ela alimentada: “Não há um só mandamento da Lei de Deus que o baile não transgrida. [...] Meu Deus, poderão ter olhos tão cegos a ponto de crerem que não há mal na dança, quando ela é a corda com que o demônio arrasta mais almas para o inferno? O demônio rodeia um baile como um muro cerca um jardim. As pessoas que entram num salão de baile deixam na porta o seu Anjo da Guarda e o demônio o substitui, de sorte que há tantos demônios quantos são os que dançam”.
O Santo era inexorável não só com quem dançasse, mas também com os que fossem somente “assistir” ao baile, pois a sensualidade também entra pelos olhos. Negava-lhes também a absolvição, a menos que prometessem nunca mais fazê-lo. Ao reformar a igreja, erigiu um altar em honra de São João Batista, e em seu arco mandou esculpir a frase: Sua cabeça foi o preço de uma dança!... É de ressaltar-se que os bailes da época, em comparação com os de hoje, sobretudo do pula-pula frenético e imoral do carnaval e as novas danças modernas, eram como que inocentes. Mas era o começo que desfechou nos bailes atuais.
A vitória do Pe. Vianney neste campo foi total. Os bailes desapareceram de Ars. E não só os bailes, mas até alguns divertimentos inofensivos que ele julgava indignos de bons católicos.
Junto a eles combateu também as modas que julgava indecentes na época (e que, perto do quase nudismo atual, poderiam ser consideradas recatadas!). As moças, dizia, “com seus atrativos rebuscados e indecentes, logo darão a entender que são um instrumento de que se serve o inferno para perder as almas. Só no tribunal de Deus saber-se-á o número de pecados de que foram causa”. Na igreja jamais tolerou decotes ou braços nus.
Ars transformada pelo santo

É que, ao mesmo tempo em que reprimia os abusos, semeava também a boa semente. E ele aspirava, para seus paroquianos, ao ideal de perfeição do qual os cria capazes. Recomendava-lhes que rezassem antes e depois das refeições, recitassem o Ângelus três vezes ao dia onde quer que estivessem; e que, ao levantar e deitar, fizessem a oração da manhã e a da noite. Esta passou a ser feita também em comum na igreja ao toque do sino. Os que ficavam em casa ajoelhavam-se diante de algum quadro ou imagem religiosa, ali fazendo suas orações.
Um sacerdote santo torna piedosos seus paroquianos. Assim, apenas três anos e meio depois de sua chegada, o santo Cura já podia escrever: “Encontro-me numa paróquia de muito fervor religioso e que serve a Deus de todo o seu coração”. Em 1827 (seis anos depois), exclamava entusiasmado do púlpito: “Meus irmãos, Ars não é mais a mesma! Tenho confessado e pregado em missões e jubileus. Nada encontrei como aqui”.
Com o tempo passou-se a dizer que em Ars o respeito humano fora invertido: tinha-se vergonha de não fazer o bem e de não praticar a Religião. O que é um auge de vitória da Igreja! Ars tornou-se também um centro de piedade e religiosidade.
Por isso, os peregrinos admiravam nas ruas da cidade a serenidade de certos semblantes, reflexo da paz perfeita de almas que vivem constantemente unidas a Deus.
E-mail do autor: pmsolimeo@catolicismo.com.br
Notas:
1. Francis Trochu, O Santo Cura d’Ars, Editora Littera Maciel Ltda., Contagem, MG, 1997, p. 27. Todos os textos citados sem mencionar a fonte foram extraídos desta obra.
Outras obras consultadas:
– Edelvives, El Santo de cada Dia, Editorial Luis Vives, S.A., Saragoça, 1948, tomo 4, pp. 403 e ss.

– Fr. Justo Perez de Urbel, O.S.B., Año Cristiano, Ediciones Fax, Madrid, 1945, tomo 3, pp. 313 e ss.