NOTA DO BLOG: A fé se concretiza em obras em favor do
próximo, e sobretudo dos menos favorecidos. O raciocínio aqui é muito simples:
se Deus é Pai de todos, sem exceção, então Deus, pai de bondade, chama os
filhos melhor favorecido para ajudar os menos favorecidos.
Por isso a Igreja não pode abrir mão das Pastorais Sociais.
E lembrar que uma ação social verdadeiramente pastoral, vai além do mero
assistencialismo.
O encontro das Pastorais Sociais vem no lembrar da missão de
construirmos comunidades proféticas e “poéticas” na prática.
Comissão divulga mensagem sobre o Encontro das Pastorais Sociais e Organismos
SEXTA, 21 AGOSTO 2015 19:32
A Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da
Justiça e da Paz divulga mensagem do Encontro Nacional, que reuniu, de 18 a 20
de agosto, em Brasília, coordenadores das Pastorais Sociais e Organismos da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em consonância com a encíclica do
papa Francisco, Laudato Si’, o evento abordou o tema: “Cuidado da casa do
ser humano e cuidado com o ser humano, especialmente os mais pobres”. A
mensagem é assinada pelo bispo de Ipameri (GO) e presidente da Comissão, dom
Guilherme Werlang. Confira o texto, na íntegra:
Mensagem do Encontro Nacional da Comissão
Episcopal Pastoral para o serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB
“...sabendo que a tribulação gera a constância,
a constância leva a uma virtude provada e a virtude provada
desabrocha em esperança.
E a esperança não decepciona...” (Rom 5, 3b-5a)
Os participantes do Encontro da Comissão Episcopal
Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB, reunidos para
avaliar o quadriênio e planejar o próximo, iluminados pela sabedoria da última
Encíclica do papa Francisco, a Laudato Sí, sobre o cuidado com a “Casa
Comum”, queremos ser portadores de uma palavra de esperança ao povo brasileiro,
neste momento conturbado que o país está vivendo.
Diante do risco de regressão aos direitos sociais no país,
principalmente pelas propostas que estão em tramitação no Congresso Nacional,
nos manifestamos com esperança frente às crises que vivemos. É uma crise ética,
política e econômica contra as populações e os setores sociais mais
fragilizados, atingindo pessoas individualmente e o conjunto da sociedade
brasileira.
Para nós cristãos, nos capacita sempre crer que, embora tudo
pareça difícil, há saídas. Enfrentamos crises, sofrimentos, desilusões,
cruzes que por vezes nos fazem dizer ou sentir que chegamos ao fim da linha e
que não há mais solução. Temos a certeza de que dentro de cada um de nós existe
uma luz que nos impulsiona a recomeçar. Vamos sair do comodismo, do desânimo.
Não podemos ficar apenas como expectadores ou críticos descomprometidos.
Sejamos protagonistas construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária,
sinal do Reino de Deus.
Nas últimas três décadas a Igreja Católica enfrentou grandes
dificuldades. Muitos estavam sem perspectivas. Eis que com o papa Francisco
surge uma nova luz, não somente para Igreja, mas, para o mundo. Estamos nos
enchendo de esperança.
Acreditamos que podemos superar esse momento histórico.
Todavia, nada acontece na história humana por “geração espontânea”. Temos que
nos tornar protagonistas da cidadania de um novo Brasil. Entrar em ação.
Enfrentar as velhas e novas corrupções, sem ódio, sem violências, sem injustiças,
sem retrocessos na democracia, sem golpismos.
A pátria brasileira somos todos nós. Ninguém vai salvá-la
sozinho. Por isso convocamos as organizações populares e movimentos sociais ao
diálogo permanente, buscando construir as bases do “Brasil que queremos”,
expressos nos documentos das Semanas Sociais Brasileiras e que culminaram nas
duas Assembleias Populares que realizamos há mais de uma década. Temos história
e trajetória construídas. Vamos resistir e denunciar todas as tentativas de
“acordos” que possam significar regressão nos direitos sociais da classe
trabalhadora e nas conquistas históricas das três últimas décadas:
redemocratização, estabilização econômica, redução da desigualdade social,
geração de emprego e renda, acesso ao direito à moradia.
Como aprendemos da Encíclica do Papa Francisco: Laudato
Sí, não há saída para salvar o planeta, que não passe pela superação da
injustiça social. A tarefa é árdua, mas preciosa. Estamos dispostos a
construí-la e convidamos a todos que queiram somar para caminharmos juntos.
Com a esperança renovada, nosso abraço fraterno.
Brasília (DF), 20 de agosto de 2015.
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