COMO LER A SAGRADA BÍBLIA
Para ler a Bíblia Sagrada com todo proveito, o
cristão necessita ser esclarecido a respeito de cada um dos 73 (setenta e três)
livros que a compõem, sob quatro pontos de vista que se completam mutuamente:
Em
primeiro lugar, possuir algumas noções sobre o gênero e as particularidades
literárias da obra. Em seguida, situar o escrito em seu contexto histórico,
levando-se em conta as circunstâncias que causaram seu aparecimento, seus
destinatários imediatos, etc. Estas indicações lhe permitirão compreender bem
as modalidades do ensino religioso dado pelo escritor a seus contemporâneos.
Finalmente, saber colocar esse ensino no quadro da revelação total, no lugar
que lhe cabe dentro da evolução providencial em vista da perfeição cristã.
Se o leitor desejar descobrir, de um livro a outro,
a MARCHA ASCENDENTE DA REVELAÇÃO para Cristo, então
convêm fazer a leitura de acordo com a seguinte ordem cronológica dos livros:
DAS ORIGENS A REALEZA, poderá observar a ordem
admitida pela maioria: os 5 livros do Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio), Josué, Juízes I
e II, Samuel I e II (dos Reis). O Deuteronômio, porém, poderia ser
lido com os Profetas e o Levítico, depois de Neemias-Esdras.
NO QUADRO DOS REIS colocar-se-ão os profetas
antigos: Amós (pelo ano 760 antes de Cristo), Oséias (ano 750), os 39 primeiros capítulos de Isaías (740),Miquéias (725), Naum (625), Sofonias (625), Habacuc (605), Jeremias (600).
NO TEMPO DO EXÍLIO, as Lamentações, Ezequiel (pelo ano 580 antes de
Cristo), Abdias e a segunda parte do livro de Isaías (ano
538).
APÓS O EXÍLIO de Babilônia, para melhor se
compreender o movimento e o esforço de restauração, aconselha-se ler I e II Crônicas, seguidos deNeemias-Esdras.
Com os importantes acontecimentos do Exílio estão relacionados os profetas Ageu e Zacarias (ano 520), os 11 últimos capítulos
de Isaías, Malaquias (440), Joel e Jonas, bem como os livros episódicos de Rute, Tobias, Judite e Ester, e os escritos sapienciais: Provérbios (com várias passagens anteriores ao
exílio!), Jó (pelo ano 500), Eclesistes (pelo ano 250), Eclesiástico (pelo ano 200) e o Cântico dos Cânticos.
À época dos MACABEUS pertencem o livro da Sabedoria, Baruc, Daniel e especialmente I e II Macabeus.
Os Salmos não tem
época determinada, e podem ser lidos independentemente de qualquer ordem
cronológica.
Quanto ao Novo Testamento, os três primeiros livros
a ler são os Evangelhos sinóticos (isto é, muito parecidos entre si: Mateus, Marcos, Lucas). Entretanto, é bom ter em mente
que esses três Evangelhos são posteriores aos principais escritos de São Paulo.
Depois de Lucas, ler os Atos dos Apóstolos e as 10 primeiras cartas de São
Paulo, na seguinte ordem: I e II Tessalonicenses,
Gálatas, Romanos, I e II Coríntios, Filipenses, Efésios, Colossenses e
a pequenina carta a Filêmon.
As outras 4 cartas de São Paulo, isto é, as
“pastorais” (I e II Timóteo, Tito) e Hebreus, tem seu ambiente
natural junto com as 7 epístolas “católicas” (Tiago, I e II Pedro, Judas, I,
II e III João).
Por fim, devem ser lidos o Evangelho de João e seu Apocalipse.
Há pessoas que começam a ler a Bíblia Sagrada
página por página, como se ela fosse um único livro, e caem no perigo de
desanimar, devido às dificuldades que vão encontrando. Para que não diminua em
nós o amor e a atração pela Palavra de Deus, é muito aconselhável que a
primeira leitura da Bíblia se façaA PARTIR DOS LIVROS MAIS FÁCEIS.
Eis
um roteiro que poderia ser seguido com ampla liberdade por parte de cada um dos
leitores:
O
4 Evangelhos e os Atos dos Apóstolos – Rute, Tobias, Judite e Ester – As cartas
mais breves de São Paulo e as 3 de São João – Os livros de história do Antigo
Testamento – As outras cartas dos Apóstolos – Os livros sapienciais – Os livros
dos profetas do Antigo Testamento – O apocalipse.
O
livro dos Salmos convêm ser lido a começar dos primeiros dias, como meditação e
oração, em preparação ou conclusão à leitura intencionada.
Um
conselho: antes de iniciar a leitura da Bíblia Sagrada, faça uma profunda
oração pedindo a Deus o discernimento e a sabedoria para facilitar o
entendimento da leitura.